"Caderno de memórias coloniais", de Isabela Figueiredo - Dica de Leitura

02/08/2021

Indicação de leitura feita pela Professora Bianca 


O livro da escritora moçambicana Isabela Figueiredo traz um relato honesto e contundente sobre a experiência colonial portuguesa na África. Por meio de um outro olhar sobre o processo de colonização, é uma leitura fundamental para não cairmos no risco de relativização da histórica, inclusive de nosso próprio país. Além disso, a obra consta dentre as indicadas para o vestibular da UFRGS, 2022.

SOBRE O LIVRO

Caderno de memórias coloniais foi publicado em 2009 em Portugal. Sucesso de público, foi saudado como uma obra-prima. E é de fato um genial acerto de contas da autora com o passado colonial de Portugal e com seu pai, um eletricista português radicado em Moçambique. O pai parece personificar Portugal: despreza e explora os nativos. O "melhor" de Moçambique ficava com os brancos: as boas praias, os bares, a vida cultural e social, as melhores oportunidades. Tudo isso é visto pelos olhos de Isabela, que lá nasceu em 1963 e teve que se mudar para Portugal nos anos 1970, durante o contexto da descolonização. O livro é uma espécie de Carta ao pai (de Kafka), um acerto de contas num texto que mescla memória, ensaio, observação pessoal e ficção. O livro tem origem num blog da autora, canal pioneiro para tentar trazer mais realidade à narrativa edulcorada do Portugal africano. Até então, havia uma enxurrada de memórias cor de rosa e piedosas de brancos que nasceram e cresceram nas colônias portuguesas e que nunca tratavam das questões reais e duras do passado: a exclusão da população local (negra), os trabalhos subalternos e mal-remunerados destinados aos locais, o racismo.

Fonte: Beduka

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